Por Balazs Koranyi
FRANKFURT (Reuters) - Os governos da zona do euro devem continuar gastando bastante para ajudar na recuperação do bloco de sua histórica recessão induzida por uma pandemia, complementando a política monetária já bastante frouxa, disse neste domingo a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
Com os níveis de dívida ultrapassando 100% do PIB este ano, aumentam as preocupações de que os políticos terão dificuldade em conseguir mais apoio e alguns subsídios, aumentando o risco de que os auxílios para emprego e renda terminem abruptamente.
"A confiança no setor privado depende em grande medida da confiança nas políticas fiscais", disse Lagarde em um discurso. "Políticas fiscais expansionistas contínuas são vitais para evitar a dispensa excessiva de empregos e apoiar a renda familiar até que a recuperação econômica seja mais robusta."
Os esquemas de subsídio ao emprego já foram estendidos em vários países, mas alguns estão defendendo prorrogações de mais um ou dois anos para aumentar a confiança enquanto o bloco se recupera da recessão.
"Manter os esquemas de apoio ao emprego é fundamental para evitar um aumento acentuado do desemprego no final do ano", acrescentou, em discurso na Reunião Anual do Conselho de Governadores dos Bancos Centrais e Autoridades Monetárias Árabes.
Lagarde também pediu um acordo final sobre o fundo de recuperação de 750 bilhões de euros da União Europeia, que ainda está em negociação e sujeito a disputas políticas.
O BCE, por sua vez, está pronto para ajustar todos os seus instrumentos conforme necessário, uma vez que não há lugar para complacência, disse Lagarde, repetindo amplamente a mensagem permanente do banco.