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Vice eleitoral de Janot, Nicolao Dino é 1º colocado na lista tríplice para PGR

Publicado 27.06.2017, 20:16
© Reuters. Nicolao Dino durante o último debate entre candidatos para o posto de Procurador Geral em Brasília

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - Indicado pelo atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para ocupar o cargo de vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, ficou em primeiro na lista tríplice preparada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para comandar o Ministério Público Federal pelos próximos dois anos.

Nicolao Dino teve 621 votos. Em segundo lugar ficou a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge, com 587 votos, seguida pelo também subprocurador Mário Bonsaglia, com 564 votos.

O resultado marca uma vitória de Janot, que na segunda-feira denunciou o presidente Michel Temer por corrupção passiva, porque Dino era o candidato mais próximo ao atual procurador-geral entre os oito integrantes da disputa pela lista tríplice.

A votação surpreende porque Dino não era tido como o favorito na bolsa de apostas, ao contrário de Raquel e Bonsaglia.

Nos últimos dias, o governo deu sinais contraditórios sobre a escolha do novo procurador-geral da República, que poderá ter como missão investigar o próprio presidente.

Temer já se manifestou publicamente favorável a acatar a lista. Mas, conforme a Reuters apurou, o Planalto não tem dado garantias de que escolherá o primeiro nome da lista tríplice, prática que tem ocorrido desde 2003.

O governo poderia, até mesmo, descartá-la e indicar alguém de fora da lista, hipótese considerada remota atualmente.

Dino teve papel importante de acusação no julgamento que resultou na absolvição da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo a cassação da dupla.

© Reuters. Nicolao Dino durante o último debate entre candidatos para o posto de Procurador Geral em Brasília

Durante o julgamento, bateu boca com o presidente da Corte, Gilmar Mendes, por ter pedido o impedimento do ministro Admar Gonzaga por ele ter sido advogado da coligação em 2010. Mendes acusou Dino de ter agido com deslealdade processual ao alegar, somente na última hora, o impedimento de Admar.

"Não se pode coagir o tribunal e agir conforme o jogo da mídia", criticou. Dino rebateu-o, afirmando que jamais agiu dessa forma.

O Palácio do Planalto decidiu ir para a guerra com Janot --que deixa o posto no dia 17 de setembro-- após a acusação criminal contra Temer.

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