Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou-se nesta quinta-feira confiante com a economia brasileira após o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescer acima das expectativas do mercado e previu que o Brasil crescerá acima do patamar estimado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Lula fez as declarações a jornalistas no Palácio do Planalto após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar mais cedo que o PIB do Brasil cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores. Isso representa uma forte retomada depois de a economia ter contraído 0,1% nos três últimos meses de 2022.
"Nós trabalhamos para o PIB crescer, estou confiante no PIB, tenho dito para (o ministro da Fazenda Fernando) Haddad que a gente vai crescer mais do que a estimativa que o FMI está fazendo porque nós já recuperamos todas as nossas políticas sociais", disse o presidente aos jornalistas.
"O dinheiro começa a circular junto às pessoas mais pobres, essas pessoas vão virando consumidores, esse consumo vai virando comércio, esse comércio vai gerando mais emprego, esse emprego vai gerando mais salário, esse salário vai gerando mais consumo. É isso que eu faço a aposta."
Em abril, o FMI reduziu a perspectiva de crescimento econômico do Brasil para este ano, passando a ver uma expansão de 0,9% em seu relatório Perspectiva Econômica Global, bem abaixo do cenário visto para a América Latina e Caribe.
Já a última pesquisa Focus do Banco Central junto a analistas, divulgada na segunda-feira, apontou expectativa de crescimento de 1,26% do PIB para este ano, acima dos 1,20% estimados na semana anterior.
A performance melhor do que a esperada de alguns setores da economia no início deste ano, incluindo a de serviços, se deu a despeito da política monetária restritiva, mas a expectativa de economistas é que o impacto dos juros altos pese com mais intensidade à frente, contendo o crescimento econômico neste ano.
Lula, assim como aliados e outras autoridades do governo, tem criticado o Banco Central e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, pelo que consideram o patamar da taxa básica de juros, atualmente em 13,75%, excessivamente elevado.
Apesar das críticas, a expectativa majoritária dos agentes do mercado financeiro é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a taxa Selic inalterada em sua próxima reunião marcada para o início de junho.