Brasília, 13 set (EFE).- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu nesta quinta-feira as previsões de crescimento para a economia nacional para 2% neste ano e anunciou novas medidas de estímulo para o setor industrial, a fim de acelerar a atividade econômica.
Até agora, Mantega trabalhava com uma taxa de crescimento de 3% para 2012, que já havia sido reduzida em um ponto percentual em relação à projeção de 4% do início do ano.
Caso seja confirmada essa nova previsão, o resultado deste ano será o pior desde 2009, quando o PIB recuou 0,3%.
O ministro atribuiu essa nova redução das previsões ao resultado dos dois primeiros trimestres do ano, muito inferior ao esperado pelo governo.
Nos primeiros três meses de 2012, a economia só registrou uma expansão marginal de 0,1%, e no segundo trimestre cresceu 0,4%, embora Mantega tenha garantido que os dois últimos trimestres devem apresentar uma reativação da atividade econômica e, com isso, uma taxa maior de crescimento.
O ministro explicou que o governo está "atento" ao cenário internacional e, especialmente, à intenção do Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed) de adquirir até US$ 40 bilhões de dívidas hipotecárias.
Segundo Mantega, essa operação pode ter impacto no mercado de câmbio internacional e provocar uma nova valorização do real, o que "o governo não vai permitir", afirmou.
Além disso, o ministro da Fazenda lembrou que nos últimos meses, as autoridades foram obrigadas a refrear a constante desvalorização do dólar e a adotar diversas medidas para que a moeda se situasse em uma relação de R$ 2 por dólar, valor considerado como "adequado" pelo governo para impedir um impacto monetário na indústria.
Na entrevista coletiva, Mantega anunciou diversos incentivos fiscais que vão beneficiar 25 setores da economia, que abrangem do setor alimentício e farmacológico até a linha branca e fabricantes de ferramentas e bicicletas, entre outros.
O ministro citou medidas similares já adotadas pelo governo em benefício de outros setores, como o automobilístico, e garantiu que esse conjunto de iniciativas vai permitir uma aceleração da atividade econômica até o fim de ano.
Também apontou que essas medidas se somam ao processo de redução das taxas de juros impulsionado pelo Banco Central e a outras medidas para a redução dos custos de produção no país, como a diminuição das tarifas de energia elétrica a partir do próximo mês de janeiro. EFE