Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O mercado fez leves ajustes em suas estimativas econômicas, passando a ver inflação acima de 3% este ano e crescimento mais fraco em 2021, de acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira,
O levantamento semanal apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano agora é de 3,02%, contra 2,99% na semana anterior. Para 2021 o ajuste foi de 0,01 ponto percentual para cima, a 3,11%
O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas consultados continuam vendo contração de 4,81% em 2020, mas reduziram a perspectiva de crescimento no ano que vem a 3,34%, de 3,42% antes, na terceira semana seguida de queda.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar este ano na atual mínima histórica de 2%, chegando a 2,75% no final de 2021.
Na semana passada, o BC manteve a Selic na mínima histórica de 2% ao ano e, apesar de reconhecer uma pressão inflacionária mais forte no curto prazo, manteve sua mensagem de orientação futura (forward guidance) e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.
Na ata dessa reunião divulgada nesta terça-feira, indicou que alterações de política fiscal que afetem a trajetória da dívida pública ou comprometam a âncora fiscal motivariam uma reavaliação da sua orientação futura (forward guidance), ainda que o regime do teto de gastos esteja nominalmente mantido.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, continua vendo a Selic a 2% neste ano e também no final do próximo.