SÃO PAULO (Reuters) - O mercado manteve a expectativa de que a taxa básica de juros terminará este ano em 2% após o Banco Central ter pontuado que novos ajustes seriam ainda mais graduais e dependerão da situação das contas públicas, ao mesmo tempo em que melhorou novamente a perspectiva para a economia este ano.
De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo BC, a Selic deve encerrar 2020 nos atuais 2% e 2021 em 3%. Na semana passada, a autoridade monetária cortou a taxa de juros em 0,25 ponto, e manteve a porta aberta para novos ajustes na taxa de juros à frente.
Os investidores esperam agora a divulgação da ata deste encontro na terça-feira para avaliar melhor quais seriam os próximos passos do BC.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também manteve a perspectiva de que a Selic ficará em 1,88% ao final deste ano, na mediana das projeções, mas passou a ver os juros básicos em 2,00% ao fim de 2021, de 2,25% antes.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) agora é de uma contração de 5,62%, contra queda vista antes de 5,66%, na sexta semana seguida de melhora. Para o ano que vem, segue a expectativa de um crescimento de 3,50% da economia.
O cenário para a inflação, por sua vez, não sofreu alteração, com a alta do IPCA calculada em 1,63% este ano e em 3,0% no próximo.
O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
(Por Camila Moreira)