Cidade do México, 29 jun (EFE).- A economia mexicana, que sofreu em 2009 a pior queda desde 1934 abalada pela crise econômica internacional iniciada no ano anterior, conseguiu se recuperar e chega às eleições do próximo domingo com um crescimento acumulado de 12,5% nos últimos seis anos, apesar das incertezas internacionais.
"Será possível debater sobre se o crescimento foi ou não suficiente, mas o inegável é que ele segue crescendo", disse à Agência Efe o presidente do Grupo Consultores Internacionais (GCI), Julio A. Millán.
Durante os seis anos de mandato de Calderón, o crescimento médio anual da economia foi de 1,9%. Em 2009, a economia mexicana foi uma das que mais caíram no mundo - a pior das quedas entre os PIBs da América Latina -, mas registrou uma rápida recuperação em 2010, com uma alta de 5,5%.
O México conta com 112,3 milhões de habitantes, segundo o último censo demográfico, dos quais 52 milhões vivem na pobreza.
Nos últimos anos, o país privilegiou a estabilidade sobre o crescimento, o que afetou o emprego produtivo e se refletiu em um aumento dos trabalhadores no setor informal, número que cresceu de 11,4 milhões em 2006 para 13,7 milhões em 2012.
No entanto, apesar da queda de 6,1% do PIB em 2009 devido à recessão, o número de empregos registrados oficialmente nas estatísticas oficiais passou de 13,5 milhões em 2006 para 15,7 milhões em 2012.
Millán classificou como "prudente" o manejo da dívida pública total, que se manteve em categorias de 40% do PIB.
Um dos fatores que incidiram na queda em 2009 foi a epidemia de gripe AH1N1, mas, ao mesmo tempo, o México se viu favorecido pelo aumento dos preços de petróleo, que passaram de uma média de US$ 53 por barril em 2006 a uma projeção de US$ 101 para este ano.
Sobre as debilidades da economia, os analistas consideram que o crescimento se sustentou no mercado externo, com grande dependência comercial e de investimentos rumo aos Estados Unidos (85% e 53%, respectivamente). "Continua sendo um assunto pendente fortalecer o mercado interno", sustenta Millán.
Outro calcanhar de Aquiles são os níveis de competitividade e concorrência da economia, onde, apesar de ter melhorado seus níveis, o México ainda apresenta retrocessos em temas como a regulação que inibe investimentos e o limitado desenvolvimento da infraestrutura.
De 2007 a 2012, calcula-se que o investimento estrangeiro acumulado tenha sido de US$ 133,68 bilhões, número inferior em 5,5% com relação aos seis anos anteriores, o que se deve principalmente ao nível de competitividade e à insegurança pública.
Também no lado negativo, mantêm-se as críticas sobre as atitudes monopólicas em setores como telecomunicações, energia e serviços financeiros.
Quanto à renda per capita, o país chega ao pleito de domingo com certo atraso em relação a outros países.
Entre outros fatores positivos estão o manejo das finanças públicas, a disciplina fiscal, a baixa inflação e o nível de reservas internacionais que superam os US$ 150 bilhões e dão respaldo à taxa de câmbio.
Um assunto ainda pendente é o emprego, que cresceu apenas 2,2% nos últimos seis anos, ou seja, 1,6 milhão de postos de trabalho. O índice de desemprego é de 4,93% da população economicamente ativa, mas cerca de 13 milhões de pessoas estão na economia informal. EFE