Por Julia Harte
NOVA YORK (Reuters) - Milhares de funcionários públicos não vacinados da cidade de Nova York têm até esta sexta-feira para se imunizar contra a Covid-19 ou serão demitidos, com o prefeito da cidade, Eric Adams, aparentemente determinado a seguir em frente com as rescisões, apesar dos protestos de líderes sindicais.
Menos de 4 mil dos 370 mil trabalhadores da cidade estavam sujeitos a ser demitidos no final de janeiro como resultado da obrigatoriedade da vacina, de acordo com o gabinete do prefeito, que disse esperar ter um número atualizado de empregados afetados na segunda-feira.
Embora isso represente menos de 1% da força de trabalho da cidade de Nova York, seria uma das maiores reduções de trabalhadores nos Estados Unidos devido a uma exigência de vacinação.
"Nós não estamos demitindo --as pessoas estão pedindo demissão", disse Adams em resposta a uma pergunta sobre a obrigatoriedade da vacina em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, no Bronx, onde anunciava uma iniciativa de alimentos saudáveis.
"Quero que fiquem, quero que sejam funcionários da cidade, mas eles têm que seguir as regras", disse.
O prefeito parece disposto a realizar os desligamentos mesmo com o Estado de Nova York se preparando para se juntar a outros Estados e cidades dos EUA na flexibilização de várias restrições da Covid-19, em meio à diminuição da recente onda de infecções ligada à variante Ômicron do coronavírus.
Em declarações a dezenas de manifestantes na manhã desta sexta-feira, Andrew Giuliani, filho do ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, criticou a obrigatoriedade da vacina. Ele participava de um protesto do lado de fora da prefeitura em Manhattan.
Em entrevistas e declarações, dirigentes sindicais expressaram descontentamento com a imposição do mandato.
"No auge dessa coisa, quando as pessoas morriam todos os dias, tínhamos que vir trabalhar", disse Harry Nespoli, presidente da Uniformed Sanitationmen's Association Local 831, em entrevista à Reuters nesta sexta-feira.
"Agora você está dizendo a esses membros que eles não são bons o suficiente para ser trabalhadores da cidade", disse ele.
Nespoli disse que cerca de 40 dos 7 mil trabalhadores que ele representa não foram vacinados contra o coronavírus e enfrentavam perspectiva de demissão na manhã desta sexta-feira, mas ele ainda acredita que alguns tomarão o imunizante em vez de perder seus empregos.
(Reportagem de Julia Harte e Shannon Stapleton)