Por Hugh Bronstein
BUENOS AIRES (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve iniciar negociações com a Argentina nesta quarta-feira sobre sua política econômica, com o mercado de títulos local confuso após um leilão de dívida fracassado e uma reorganização unilateral dos principais pagamentos no início da semana.
O governo diz que precisa renunciar a 100 bilhões de dólares em dívidas, incluindo 44 bilhões em empréstimos ao FMI, o maior credor único da Argentina, que enviou uma equipe de economistas a Buenos Aires para começar a trabalhar em um acordo para fornecer alívio da dívida suficiente para permitir o crescimento.
Não será fácil. Os detentores de títulos estão apreensivos em relação à próxima reestruturação. O governo prometeu parar de fazer pagamentos insustentáveis enquanto rejeita o tipo de cortes no orçamento que o FMI geralmente prescreve para países atingidos pela crise.
"A demanda por ativos locais permanece baixa em meio às discussões em andamento sobre a reestruturação da dívida", disse uma nota do JP Morgan. "Mantemos uma posição neutra sobre o peso argentino e os ativos locais."
Analistas privados esperam que a terceira maior economia número da América Latina recue 1,5% em 2020, com uma inflação acima de 50%.
As reuniões do FMI em Buenos Aires começarão hoje e durarão até 19 de fevereiro. "O clima de trabalho será bom", disse o porta-voz do Ministério da Economia da Argentina, citando negociações preliminares que os dois lados consideraram construtivas.
Na terça-feira, o governo adiou o pagamento principal de 1,47 bilhão de dólares do título AF20 do país, até 30 de setembro.
O pagamento estava agendado para quinta-feira. A mudança abrupta nos termos seguiu duas tentativas de rolagem do título, que atraíram baixa participação dos investidores.
Na segunda-feira, o governo cancelou um leilão de dívida local devido ao pouco apetite dos investidores.