A vice-presidente da Moody's para risco soberano, Samar Maziad, considerou positivo o debate no governo sobre redução de despesas, apesar do afrouxamento das metas fiscais para os próximos anos e diante da dificuldade de zerar o déficit primário somente com ações de aumento de receita.
A dúvida, porém, é quanto tempo vai levar e quais medidas serão implementadas. Após participar do evento realizado nesta manhã pela agência de classificação de risco, Samar disse à imprensa que houve muita volatilidade nos últimos meses em torno da política fiscal, na esteira da flexibilização de metas que adiaram a reversão do déficit fiscal.
A agência não prevê, por enquanto, mudanças na meta de resultado primário, embora não acredite que o governo conseguirá terminar este ano com déficit zero. Samar ressaltou, porém, que haverá desafios para o atingimento das metas, especialmente a do ano que vem, de resultado primário equilibrado. Na avaliação da analista sênior, isso vai requerer não só corte de despesas, mas também novas medidas de receita.
Perseguir as metas apenas com arrecadação será, segundo ela, muito difícil, de modo que Samar classificou como uma "boa conversa" as discussões sobre rever gastos sociais, benefícios e os gastos tributários. "Confiar apenas nas receitas para alcançar as metas fiscais vai ser muito desafiador, especialmente se a receita decepcionar ou se houver qualquer fraqueza no crescimento econômico. Precisa haver algumas medidas também do lado dos gastos", comentou.