FRANKFURT (Reuters) - Os membros do Banco Central Europeu sentiram que era muito cedo para mudar sua postura de comunicação para sinalizar uma normalização da política, de acordo com a ata da reunião do mês passado, mesmo que estivesse crescendo a confiança de que a inflação finalmente voltará à meta.
Os membros do concluíram que o banco central precisa evitar ajustes abruptos e observar atentamente o fortalecimento do euro, de acordo com a ata publicada nesta quinta-feira.
O BCE deixou inalterada a política monetária na reunião de 25 de janeiro e alertou que as tentativas de autoridades norte-americanas para enfraquecer dólar poderiam forçá-lo a repensar a política, já que um pacto de décadas para não mirar moedas parecia em perigo.
"As mudanças na comunicação foram vistas como prematuras nesta conjuntura", disseram os membros. "A política monetária continuará a se desenvolver... com o objetivo de evitar ajustes abruptos ou desordenados em um momento posterior".
Os comentários sugerem que as autoridades vão agir progressivamente, acompanhando os mercados para evitar ter que voltar atrás.
"Houve amplo acordo entre os membros de que a recente volatilidade da taxa de câmbio do euro era uma fonte de incerteza que exigia monitoramento", acrescentou a ata.
Os investidores esperam que o BCE reduza o seu plano de compra de títulos de 2,55 trilhões de euros até o final do ano, satisfeito de que a inflação finalmente está subindo, mesmo que ainda possa ficar abaixo da meta de quase 2 por cento do banco central nos próximos anos.
Mas as autoridades estão especialmente sensíveis aos movimentos do euro, uma vez que qualquer grande alta da moeda poderia reduzir a inflação, ameaçando reverter o impacto do próprio estímulo que o banco central vem fornecendo ao longo dos últimos três anos.
O BCE há muito sinalizou uma discussão sobre as mudanças em sua comunicação para "o início" de 2018, mas as autoridades disseram que ainda não iniciaram esse processo e ainda não estava claro se discutiriam o tema na próxima reunião, em março.
(Por Balazs Koranyi)