Por Aftab Ahmed e Manoj Kumar
NOVA DÉLHI (Reuters) - A Índia prevê que sua economia crescerá entre 8% a 8,5% no ano fiscal que se inicia a partir de abril, número abaixo dos 9,2% projetados no ano atual, à medida que o país combate um aumento nos casos de Covid-19 e a pressão inflacionária.
Nesse ritmo, o crescimento econômico da Índia no próximo ano fiscal ainda será o mais rápido entre as principais economias.
Todos os indicadores macreconômicos apontam que a terceira maior economia da Ásia está bem posicionada para enfrentar os desafios, ajudada pela melhoria do crescimento da produção agrícola e industrial, mostrou a pesquisa econômica anual do governo indiano nesta segunda-feira.
O relatório, apresentado pela ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, no Parlamento antes da divulgação do Orçamento anual na terça-feira, alertou sobre os riscos da inflação global e interrupções relacionadas à pandemia.
"A Índia precisa ter cuidado com a inflação importada, especialmente com a elevação global nos preços de energia", disse Sanjeev Sanyal, principal assessor econômico do Ministério das Finanças e principal autor do relatório.
A Índia, que importa quase 80% de sua necessidade de petróleo, enfrenta o risco de a inflação afetar a demanda do consumidor uma vez que os preços do combustível rondam máxima em quase sete anos, a mais de 90 dólares o barril.
"O ambiente global ainda permanece incerto", disse o relatório, citando a planejada retirada do apoio monetário pelos principais bancos centrais, incluindo o Federal Reserve --o banco central dos Estados Unidos. Juros mais altos em outros lugares podem levar a saídas de capital da Índia.