WASHINGTON (Reuters) - Negociadores comerciais de segundo escalão dos Estados Unidos e da China vão se reunir em Washington a partir da quinta-feira, afirmou um porta-voz do Escritório do Representante Comercial dos EUA nesta segunda, pavimentando o caminho para negociações de alto nível em outubro que visam buscar uma solução para a amarga guerra comercial.
Mais cedo, o chefe-executivo da Câmara de Comércio dos EUA, Tom Donohue, disse que o Representante de Comércio Robert Lighthizer afirmou a executivos de negócios que ele estava buscando um "verdadeiro acordo" que trate de questões de propriedade intelectual e de transferência de tecnologia levantadas pelo governo norte-americano pela primeira vez há dois anos.
Donohue, em uma entrevista à imprensa que tinha como objetivo instar a aprovação parlamentar do acordo comercial EUA-México-Canadá, disse que Lighthizer "indicou que há algum movimento na direção de compras de produtos agrícolas (dos EUA) e outras questões".
Mas Lighthizer não deu indicações de que as conversações possam produzir um acordo provisório de escopo mais limitado, como sugerido por algumas notícias da imprensa.
O chefe do maior grupo de lobby empresarial acrescentou que seria difícil assegurar um acordo que atenda plenamente as demandas dos EUA por mudanças abrangentes nas práticas chinesas de propriedade intelectual, transferência de tecnologia, acesso a mercados e subsídios.
"Enquanto estou otimista, também sou um verdadeiro realista e esse não é um problema simples", afirmou Donohue sobre a nova rodada de negociações.
Lighthizer e o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, devem se reunir com o principal negociador da China, o vice-premiê chinês, Liu He, no início de outubro.
As duas maiores economias do mundo não fazem reuniões presenciais desde julho para tentar resolver sua guerra comercial, que já dura 14 meses e tem tumultuado os mercados, ameaçado o crescimento global e gerado disrupção às cadeias de produção.