O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu textualmente que, embora espere uma trajetória de desinflação, as suas projeções continuam indicando que o IPCA permanecerá acima da meta, de 3%, ao longo de todo o horizonte relevante. A afirmação consta na ata da última reunião, divulgada nesta terça-feira, 24, pelo Banco Central.
O colegiado espera que o IPCA atinja 3,5% no acumulado de 12 meses até março de 2026, considerando a trajetória de juros embutida no Focus (até 13 de setembro) e uma taxa de câmbio que parte de R$ 5,60 e evolui conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC), o chamado "cenário de referência."
Sobre o cenário externo, os membros do Copom avaliaram que ele continua desafiador, embora tenha se tornado mais benigno desde a reunião anterior, de julho. Reforçaram que a incerteza sobre a economia americana permanece, mas que o cenário-base ainda é de "desaceleração gradual e ordenada" da economia dos Estados Unidos.
A discussão sobre o cenário externo também contemplou a desaceleração da China e as variações dos preços de commodities, segundo a ata. "Além disso, o processo desinflacionário tem prosseguido em vários países, mas permanecem desafios que não devem ser subestimados para o retorno das inflações às metas. Nesse aspecto, notou-se que, após um choque inflacionário global, que levou a uma resposta correlacionada dos bancos centrais, as dimensões peculiares de cada economia têm tido maior protagonismo, levando a uma menor correlação dos ciclos de política monetária entre os países", afirma.