Por Pete Schroeder e Michelle Price e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de nomear Sarah Bloom Raskin para liderar a regulação e supervisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) colocará uma progressista no cargo mais poderoso de vigilância dos bancos de Wall Street.
A Casa Branca informou nesta sexta-feira que Raskin, ex-diretora do Fed e funcionária do Tesouro durante a gestão do ex-presidente Barack Obama, substituirá Randal Quarles --nomeado vice-chair do Fed para supervisão pelo ex-presidente republicano Donald Trump, em 2017. Quarles renunciou ao cargo em outubro e deixou o banco central no fim de dezembro do ano passado.
A função de supervisão bancária é a mais significativa de várias vagas na diretoria de sete membros do Fed disponíveis para preenchimento por Biden, dando ao democrata a oportunidade de dar um norte para a direção a ser adotada tanto na supervisão de Wall Street quanto na política monetária ao longo dos próximos anos.
Biden também escolheu os economistas Lisa Cook e Philip Jefferson para ajudar a compor a diretoria do Fed.
Espera-se que Raskin tenha uma postura muito mais dura em relação a Wall Street do que Quarles, que irritou progressistas com uma abordagem favorável ao setor bancário que incluiu a flexibilização de várias regras introduzidas após a crise financeira global de 2007-2009.
Ela conduziria a política monetária em relação a questões espinhosas, como riscos financeiros de mudanças climáticas, regras de empréstimos comunitários e fintechs, e provavelmente revisaria várias das mudanças de regras de Quarles, que abrangem investimentos especulativos de bancos, negociação de derivativos, liquidez e capital.
Raskin ainda precisa ter a nomeação confirmada por um Senado estreitamente dividido entre democratas e republicanos, no qual pode enfrentar recepção altamente partidária. Raskin foi confirmada duas vezes antes, mas esses votos antecederam o atual rancor partidário que permeia o Capitólio.