Por Lawrence Hurley
WASHINGTON (Reuters) - Recém-aprovada para a Suprema Corte dos Estados Unidos, a juíza conservadora Amy Coney Barrett enfrenta uma avalanche de casos politicamente delicados em seus primeiros dias no cargo, já que o tribunal analisará disputas eleitorais e se prepara para ouvir uma contestação da lei de saúde Obamacare.
Na segunda-feira, o Senado sob controle republicano efetivou a confirmação, ignorando as objeções dos democratas a uma indicação tão próxima da eleição presidencial de 3 de novembro. O presidente Donald Trump, que indicou Barrett, disse acreditar que a corte acabará decidindo o resultado da disputa entre ele e o democrata Joe Biden.
Barrett, de 48 anos, que será empossada oficialmente pelo juiz-chefe da Suprema Corte, John Roberts, nesta terça-feira, se une ao tribunal com duas questões eleitorais dos Estados cruciais da Carolina do Norte e da Pensilvânia à espera de seu parecer.
A expectativa é que o tribunal se pronuncie sobre ambas antes do dia da eleição. Barrett integra a nova maioria conservadora de 6 votos a 3 da corte, e nenhum juiz da entidade havia sido confirmado tão perto de uma eleição presidencial.
Exatamente uma semana após a eleição, a Suprema Corte julga um caso no qual republicanos, incluindo Trump, pedem que o tribunal anule a Lei de Cuidados Acessíveis de 2010, conhecida como Obamacare.
Em uma cerimônia realizada na Casa Branca na segunda-feira, Barrett prometeu independência da política.
"Esta separação da função de preferências políticas é o que torna o Judiciário distinto", disse ela.