Por Gibran Naiyyar Peshimam e Asif Shahzad
ISLAMABAD (Reuters) - O novo governo do Paquistão decidiu nesta sexta-feira não reverter subsídios bilionários a combustíveis por enquanto, apesar da pressão sobre os recursos públicos, citando uma possível reação negativa se aumentasse os preços dos combustíveis apenas alguns dias depois de assumir o poder.
O ex-primeiro-ministro Imran Khan, que foi deposto nesta semana, anunciou um corte nas tarifas de gasolina e eletricidade em fevereiro, diante da alta dos preços globais, em uma tentativa de recuperar o apoio popular.
Essa medida, estimada em 2,1 bilhões de dólares, comprimiu as finanças do governo de uma forma que não pode ser sustentada, disse a principal autoridade do Ministério das Finanças. Também colocou em risco um programa em andamento de resgate do Fundo Monetário Internacional.
"Decidi não aumentar os preços dos combustíveis pelo interesse público", disse Shehbaz Sharif, o novo primeiro-ministro, em um jantar em Islamabad na noite de sexta-feira.
As pessoas iriam criticar o novo governo apenas três dias depois de tomar posse se essa medida fosse tomada, afirmou ele.
Anteriormente, as autoridades haviam alertado sobre as consequências fiscais da continuidade dos subsídios.
"O pacote de alívio aumentará o déficit fiscal que não podemos arcar no momento", disse o secretário de Finanças, Hamed Yaqoob Sheikh, à Reuters.
(Tradução Redação Brasília)