Por Lefteris Karagiannopoulos e George Georgiopoulos
ATENAS (Reuters) - A Europa agiu para reabrir um financiamento à assolada economia da Grécia nesta quinta-feira, horas após o dividido Parlamento grego ter aprovado o duro programa de resgate em votação que deixou o governo em Atenas sem uma maioria e olhando para novas eleições dentro de meses.
O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, conquistou o apoio do Parlamento para as rígidas medidas de reformas exigidas pelos credores da Grécia liderados pela Alemanha na madrugada desta quinta-feira, mas ficou enfraquecido com uma revolta em seu partido de esquerda, o Syriza.
Seu ministro de Interior, Nikos Voutsis, disse que uma eleição antecipada pode ser realizada em setembro ou outubro, "dependendo dos acontecimentos".
A decisão do Parlamento grego foi o bastante para persuadir o Banco Central Europeu (BCE) a reabrir linhas vitais de recursos para o sistema bancário da Grécia sob seu programa de Assistência de Liquidez Emergencial (ELA, na sigla em inglês), depois que ministros das Finanças da zona do euro sinalizaram que irão liberar 7 bilhões de euros em empréstimo-ponte.
"As coisas mudaram agora", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em entrevista coletiva em Frankfurt. "Tivemos uma série de notícias com a aprovação do pacote de empréstimo-ponte, com as votações, várias votações em diversos Parlamentos, que agora restauraram as condições para uma elevação do ELA".
Draghi disse que o BCE aumentará o financiamento do ELA em 900 milhões de euros. No entanto, ele acrescentou que é difícil tomar decisões sobre a Grécia dadas as restrições de um programa que nunca foi projetado para fornecer apoio ilimitado e incondicional.
Parlamentares da Finlândia e da Lituânia deram suas aprovações para que as negociações comecem, um dia antes da votação no Parlamento da Alemanha, enquanto a Comissão Europeia disse acreditar que um acordo sobre o fornecimento de empréstimo-ponte de curto prazo à Grécia pode sair logo.
No entanto, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, salientou os riscos que ainda cercam as negociações que precisarão ser conduzidas durante as próximas semanas, dizendo que uma "saída temporária" da Grécia da zona do euro ainda poderia ser uma opção melhor.
Os ministros das Finanças da zona do euro participaram de uma teleconferência nesta quinta-feira para concordar sobre um plano para os 7 bilhões de euros em empréstimo-ponte para permitir que a Grécia cumpra suas necessidades imediatas de serviço de dívida e evite o calote em um pagamento ao BCE na segunda-feira.
Em comunicado, eles concordaram "em princípio" a iniciar conversas com a Grécia sobre um novo resgate de 3 anos e também pediram que Atenas aprove um segundo conjunto de reformas até 22 de julho.