Tóquio, 13 out (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, indicou neste sábado em Tóquio que a situação na zona do euro é melhor agora "que no início do ano", ressaltando ainda os progressos na recapitalização dos bancos europeus e "o grau de resposta fiscal" dos países-membros.
"Mas não devemos nos contentar. Todos os Governos, tanto nacionais como em nível europeu, devem prosseguir os esforços para restaurar o crescimento", acrescentou durante entrevista coletiva em Tóquio, onde se encontra por ocasião da assembleia do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
Para Draghi, o nível de resposta fiscal por parte de todos os países da zona do euro, "especialmente os vulneráveis", foi muito significativo, "sobretudo quando comparamos com o que acontece em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos e no Reino Unido".
Os bancos da zona do euro demonstraram ser "bastante resistentes", assegurou, antes de assinalar que os últimos dados demonstram que aumentaram seu capital em 200 bilhões de euros.
Sobre a criação de um supervisor bancário, Draghi considerou que esta área registrou um grande avanço e lembrou que sua regulação será aprovada em 1º de janeiro, um "passo institucional" que, no entanto, não significa que a supervisão estará ativa nesse momento "do ponto de vista operacional".
Isso, segundo os cálculos de Draghi, pode levar "aproximadamente um ano" para acontecer, ou seja, apenas em janeiro de 2014.
O presidente do BCE também considerou que nos últimos três meses "os mercados financeiros parecem menos voláteis" e apontou como provável razão o programa de transações monetárias diretas, além dos "progressos em nível nacional e europeu".
Na mesma entrevista coletiva, o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, assegurou estar "menos pessimista" do que no segundo trimestre do ano sobre as chances de superar a crise "e voltar ao caminho da sustentabilidade e da melhora do emprego".
No entanto, ressaltou que os sócios devem manter o ritmo das reformas e da consolidação fiscal, pois "é o único meio de restaurar uma confiança duradoura e impulsionar o crescimento".
Lembrou, além disso, que agora a zona do euro tem a sua disposição instrumentos "flexíveis e eficientes" para estabilização a curto prazo, que permitem que os Estados "sob intensa pressão dos mercados" tenham o tempo e o espaço necessários para perseguir suas reformas. EFE
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