BRASÍLIA (Reuters) - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou nesta terça-feira que a entidade vê hoje uma retração do comércio em 2020 mais próxima de seu cenário otimista, com queda de 13%, que havia sido traçado em abril.
No cenário pessimista, a OMC havia previsto uma queda de cerca de 32%. De qualquer forma, Azevêdo pontuou que as medidas para conter o coronavírus provocaram choques dramáticos tanto de oferta quanto de demanda, o que vai impor ao comércio um "grande baque" neste ano.
Em evento online promovido pela ICC Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Azevêdo, que está de saída do cargo, afirmou que neste momento há certa preocupação da OMC com os mais recentes discursos em favor de busca de autossuficiência como resposta às vulnerabilidades expostas pela pandemia.
Ele argumentou que a concentração da produção num país o expõe "a todos os tipos de choques" e defendeu que a melhor solução seria pulverização e diversificação de fontes de suprimento.
Segundo Azevêdo, seguramente haverá uma reconfiguração das cadeias globais de valor, já que a pandemia expôs riscos da concentração da produção.
(Por Marcela Ayres)