Nações Unidas, 7 jun (EFE).- A ONU afirmou nesta quinta-feira que o "maior risco" para a zona do euro são as situações de Itália e Espanha, já que o tamanho da dívida dos dois países "provavelmente" terminará "pondo à prova os fundos de resgate da região".
Isso é o que garantem os analistas da organização no relatório "Situação e Perspectivas da Economia Mundial em 2012", divulgado hoje pelo Departamento de Estudos Econômicos e Sociais, no qual insistem que a austeridade orçamentária deve ser acompanhada de políticas de crescimento a médio e a longo prazo.
Em relação ao caso da Espanha, os especialistas expressaram o receio de que a economia pudesse cair em um círculo vicioso de "austeridade e recessão" que encareceria seus custos de financiamento e traria mais "turbulências" nos mercados, levando o país a "eventualmente" precisar de um resgate que "deixaria disponíveis fundos insuficientes para a Itália".
"Um cenário com essas características traria novas especulações sobre uma ruptura da zona do euro, novas perturbações nos mercados financeiros e desencadearia uma forte recaída da atividade econômica mundial", acrescentaram.
A ONU lembrou que os índices de desemprego na Espanha aumentaram de 8,6% em 2007 para 24,1% em março deste ano, e quanto ao desemprego entre os jovens, o documento destacou que "mais da metade dos que procuram trabalho não encontra emprego".
No caso da Grécia, a taxa de desemprego em março era de 21,7%, enquanto na mesma época foi de 13,5% em Portugal e 14,5% na Irlanda. A organização prevê que a taxa de desemprego na zona do euro passe de 10,2% em 2011 para 11,1% em 2012, situando-se em torno de 11% em 2013.
Os especialistas do Departamento de Estudos Econômicos destacaram ainda as desigualdades na região, já que, enquanto esperam que a Alemanha cresça 1% neste ano, outros países como Grécia, Itália, Portugal e Espanha "seguirão imersos na recessão".
A ONU acrescentou que a austeridade fiscal levou vários países europeus, entre eles a Espanha, a uma recaída na recessão, e, enquanto Grécia e Portugal tiveram que ser resgatados em 2011, Itália e Espanha viram aumentar seus custos de financiamento público. EFE