Nairóbi, 12 nov (EFE).- Os partidos da oposição na Guiné Equatorial (SA:EQTL3) não reconhecem os resultados das eleições legislativas realizadas neste domingo devido às graves irregularidades registradas, segundo eles, durante o dia, e anunciaram, em declarações à Agência Efe, que recorrerão à Justiça.
Tanto Andrés Esono, um dos dois líderes da coalizão Juntos Podemos, como Gabriel Nsé Obiang Obono, do Cidadãos pela Inovação (CI), rejeitaram os primeiros números anunciados por Clemente Engonga Nguema Onguene, porta-voz da Junta Eleitoral Nacional (JEN), que diz que o Governo venceu com 98,11% dos votos, com 26% do total de votos apurados.
"Para nós não houve eleições (...) Os resultados não são válidos (...) Recorreremos e no recurso vamos pedir a anulação das eleições e sua repetição", disse Esono.
De modo similar se manifestou Nsé Obiang Obono, que opinou que se fosse feita uma "votação em condições de igualdade sem intimidação armada" o PDGE não ganharia da oposição.
"Se houver uma verificação real e deixarmos de fazer como a Coreia do Norte, o PDGE não poderia ganhar. Ganha porque há militares nas mesas eleitorais, intimidam os fiscais, fazem votação às 5 da manhã (...) Pedimos à comunidade internacional que se envolva", explicou á Efe, em conversa por telefone.
Os resultados da apuração geral serão divulgados na próxima sexta-feira e no dia 20 de novembro será feita a proclamação dos resultados definitivos e candidatos eleitos, segundo anunciou a JEN.
Se for mantida na apuração a proporção anunciada neste domingo, o PDGE do presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo (no poder desde 1979) revalidaria a vitória arrasadora das últimas eleições e que lhe permitiu ficar com 99 das 100 cadeiras na Câmara de Representantes do Povo e 74 das 75 na Câmara Alta (Senado).
Além das legislativas, também foram realizadas eleições municipais em todo o país.