SÃO PAULO (Reuters) - O consumidor do Brasil mostrou menor otimismo sobre o emprego em fevereiro e a confiança caiu 1,4 ponto na comparação com o mês passado, a 87,4 pontos, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
"Ainda que as expectativas de inflação se mantenham estáveis e de juros ainda seja de queda, consumidores estão menos otimistas em relação ao emprego nos próximos meses e mais cautelosos em relação a novas compras", disse em nota a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt.
Diante de um cenário de satisfação menor em relação à situação econômica, Viviane alertou que esse movimento dos consumidores pode deixar a recuperação esperada na economia mais lenta.
O resultado do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de fevereiro teve como pano de fundo satisfação menor tanto em relação à situação atual quanto sobre as perspectivas para os próximos meses.
O Índice de Situação Atual (ISA) teve queda de 1,4 ponto e foi a 75,2 pontos, após seis altas seguidas. O Índice de Expectativas (IE) caiu pelo segundo mês seguido, 1,1 ponto, indo a 96,5 pontos.
O Brasil vem apresentando recuperação da economia após dois anos de recessão, com inflação e juros baixos. O mercado de trabalho, entretanto, demora mais para reagir e o desemprego permanece em níveis elevados.
Segundo a FGV, o indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação financeira no momento recuou 0,6 ponto, para 68,2 pontos, enquanto que o indicador que mede o otimismo em relação às finanças pessoais nos próximos meses subiu 1,9 ponto, o maior desde outubro de 2014 (96,9).
Mesmo assim, os consumidores se revelaram menos propensos a gastar, com queda de 3,6 pontos no indicador que mede a disposição para compras de bens duráveis nos próximos meses.
(Por Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)