Rio de Janeiro, 28 nov (EFE).- O Brasil acumulou nos primeiros dez meses do ano um déficit fiscal primário recorde de R$ 11,6 bilhões, informou nesta sexta-feira o Banco Central (BC).
Em outubro as contas fiscais tiveram um superávit primário, antes do pagamento dos juros da dívida, de R$ 3,7 bilhões, o que representa o primeiro resultado positivo após cinco meses de dados deficitários.
Apesar da melhoria de outubro, o resultado acumulado nos últimos 12 meses piorou e ficou com um superávit de R$ 28,6 bilhões, equivalente a 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em setembro passado, o superávit acumulado nos últimos 12 meses estava em R$ 31,1 bilhões, correspondente a 0,61% do PIB.
Estes são os piores resultados das contas públicas do Brasil desde 2002, quando o BC iniciou esta contabilidade, o que se deve à estagnação da economia, que acumula alta de 0,2% entre janeiro e setembro, segundo dados oficiais divulgados hoje.
O superávit fiscal primário é o principal indicador utilizado no Brasil para medir a saúde das contas públicas, já que indica a economia que o Governo faz para pagar os juros da dívida pública.
Este ano o Governo tinha fixado uma meta de 1,90% do PIB e atualmente está tentando modificar no Congresso a lei dos orçamentos, para não incorrer em um delito pelo descumprimento desse objetivo.
O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nomeado nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, anunciou em seu primeiro pronunciamento novas metas de superávit primário para os próximos três anos e se comprometeu a aumentar a poupança do Governo.
A meta para 2015 será um superávit primário equivalente a 1,2% do PIB e nos dois anos seguintes, o Governo terá uma meta de pelo menos 2%, segundo Levy.