Cidade do Vaticano, 20 mar (EFE).- O papa Francisco disse nesta quinta-feira que o desemprego é fruto de um sistema econômico que tem como ídolo o dinheiro, reafirmando a crítica que já havia feito em novembro do ano passado.
"O desemprego é a consequência de um sistema econômico que se tornou incapaz de criar trabalho porque colocou no centro um ídolo, o dinheiro", declarou o pontífice em discurso feito nesta manhã para um grupo de sete mil trabalhadores de siderúrgicas na província de Terni, na região de Úmbria, na Itália, que passam por uma grave crise que tem gerado demissões em massa.
O papa disse ainda que o trabalho é um bem de todos e deve estar disponível para todos. Ele orientou a enfrentar a grave fase com criatividade e solidariedade.
Francisco reafirmou que o trabalho é essencial para a sociedade, para as famílias e para os indivíduos, e não tem apenas uma finalidade econômica e de lucro.
"Tem, sobretudo, uma finalidade que diz respeito ao homem e à sua dignidade. Se faltar o trabalho, fere-se esta dignidade".
Neste sentido, Francisco lamentou que os jovens possam ficar com desânimo crônico ou apatia. Ele pediu para que as pessoas não percam a esperança ou caiam no pessimismo.
O papa pediu também para que se reavivem as raízes da fé e da adesão a Jesus Cristo. Uma fé que seja "viva e vivificante".
"É aqui que está o princípio inspirador das opções de um cristão: a sua fé. A fé move montanhas! Uma fé acolhida com alegria, vivida a fundo e com generosidade pode conferir à sociedade uma força humanizada"
Ao finalizar o discurso, o papa orientou as pessoas a manterem a esperança em um futuro melhor.
"Se cada um fizer a parte que lhe cabe, consolidando uma atitude de solidariedade e partilha fraterna, será possível conseguir sair do pântano de uma fase econômica e laboral árdua e difícil".