WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que pediram auxílio-desemprego caiu na semana passada, mas permaneceu significativamente alto, sugerindo que o mercado de trabalho está estagnando enquanto o país luta contra o ressurgimento de novos casos de Covid-19 que ameaçam uma recuperação econômica.
Os novos pedidos de auxílio-desemprego totalizaram 1,186 milhão em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 1º de agosto, em comparação com 1,435 milhão na semana anterior, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam 1,415 milhão de novos pedidos.
Os casos de coronavírus dispararam em todo o país no mês passado, forçando as autoridades em algumas das áreas mais afetadas no oeste e no sul a fechar empresas novamente ou a interromper as reaberturas, mandando os trabalhadores de volta para casa. Embora as infecções tenham diminuído cerca de 5% no país, aumentaram na semana passada em Oklahoma, Montana, Missouri e 17 outros Estados.
A crise de saúde pública está afetando a demanda por bens e serviços, ampliando as demissões para setores da economia que não foram afetados inicialmente quando negócios não essenciais, como restaurantes e bares, foram fechados em meados de março para diminuir a propagação da doença respiratória. As empresas também estão cautelosas quanto a contratações.
Relatórios desta semana mostraram uma queda acentuada na criação de vagas no setor privado em julho. Medidas de emprego nas nos setores de indúsria e serviços contraíram ainda mais no mês passado.
Os pedidos de auxílio-desemprego atingiram um pico recorde de 6,867 milhões no final de março. Alguns economistas esperam que as reivindicações caiam nas próximas semanas, após o fim dos benefícios suplementares semanais de seguro-desemprego de 600 dólares na última sexta-feira. Grupos da indústria disseram que o suplemento estava encorajando os trabalhadores em licença e desempregados a não voltarem a trabalhar.
Outros economistas, no entanto, esperam que os pedidos permaneçam elevados devido à demanda fraca e ao término do programa de proteção aos salários do governo, que concedia empréstimos a empresas que poderiam ser parcialmente perdoados se usados para pagamento de funcionários.
O relatório de reivindicações desta quinta-feira também mostrou que o número de pessoas recebendo benefícios após uma semana inicial totalizou 16,107 milhões na semana encerrada em 25 de julho, ante 16,951 milhões na semana anterior.
(Reportagem de Lucia Mutikani)