WASHINGTON (Reuters) - O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, mas permaneceu em níveis compatíveis com um mercado de trabalho apertado.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram em 13.000, para 196.000, na semana encerrada em 4 de fevereiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam 190.000 reivindicações para a última semana.
As reivindicações permaneceram baixas apesar das demissões de alto nível na indústria de tecnologia, bem como nos setores de finanças e habitação, sensíveis às taxas de juros. Há evidências de que as empresas estejam em geral relutantes em demitir trabalhadores depois de enfrentarem dificuldades para recrutar durante a pandemia.
Os trabalhadores permanecem escassos em alguns setores. Havia 1,9 vaga de emprego para cada desempregado em dezembro, mostraram dados do governo na semana passada. De acordo com uma pesquisa do Instituto de Gestão de Fornecimento na última sexta-feira, algumas empresas de serviços relataram em janeiro que "não conseguiram contratar mão-de-obra qualificada", dizendo que "a oferta é escassa".
Economistas especulam que os pacotes de demissões estavam atrasando a apresentação de pedidos de auxílio-desemprego, enquanto a abundância de vagas facilitava a procura de novos empregos por parte dos trabalhadores demitidos. Eles também acreditam que fatores sazonais, o modelo que o governo usa para tirar as flutuações sazonais dos dados, estavam mantendo os pedidos de indenização mais baixos.
O governo informou na última sexta-feira que foram abertas 517.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em janeiro, o maior número em seis meses, depois de 260.000 em dezembro. A taxa de desemprego caiu para a mínima de mais de 53 anos e meio de 3,4%, contra 3,5% em dezembro.
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse na terça-feira que a luta do banco central dos EUA para domar a inflação pode durar "bastante tempo", em um aceno para os ganhos de empregos em janeiro. Desde março, o Fed aumentou sua taxa de juros em 450 pontos-base, de quase zero para uma faixa de 4,50% a 4,75%.
(Reportagem de Lucia Mutikani)