Por Noreen Burke
Investing.com - O número de americanos que solicitam benefícios iniciais de desemprego subiu para um recorde 3,28 milhões na semana passada, disse o Departamento do Trabalho dos EUA na quinta-feira, número decorrente de medidas generalizadas para conter a pandemia de coronavírus que paralisaram a economia, provocando uma onda de demissões.
O aumento superou o número da semana anterior de 281.000.
O relatório também mostrou que o número de pessoas que já recebem benefícios aumentou para 1,803 milhão.
O relatório oferece a imagem mais clara ainda do impacto devastador do coronavírus na economia, o que levou o Federal Reserve a implementar o que é uma flexibilização quantitativa essencialmente ilimitada e pôs o Congresso dos EUA em movimento para aprovar uma conta de alívio sem precedentes de US$ 2 trilhões em coronavírus.
"Os esforços de contenção em resposta ao coronavírus resultaram em uma mudança muito repentina e dramática em apenas alguns dias", disse Stephen Gallagher, economista-chefe dos EUA na Societe Generale (PA:SOGN) em Nova York. "As demissões fizeram parte dessa mudança e os candidatos parecem ter inundado os escritórios estaduais de seguro-desemprego em um período de tempo muito curto".
Governadores em pelo menos 18 estados, responsáveis por quase metade da população do país, ordenaram que os moradores permanecessem principalmente em ambientes fechados. Negócios "não essenciais" também foram fechados. Segundo economistas, um quinto da força de trabalho está sob algum tipo de bloqueio.
Os dados de reclamações da semana passada provavelmente não terão impacto no relatório de emprego de março, uma vez que ficam fora do período em que o governo pesquisou os empregadores quanto a folhas de pagamento não agrícolas, que foi a semana de 14 de março. Os economistas, no entanto, dizem que a corrida pelos benefícios nessa semana de pesquisa sugere que as folhas de pagamento caíram neste mês, o que acabaria com quase nove anos e meio de crescimento do emprego.
"Os empregos cairão em março", disse Mark Zandi, economista-chefe da Moody's Analytics em West Chester, Pensilvânia. "Existem inúmeros relatos de trabalhadores demitidos, incapazes de solicitar o seguro-desemprego, porque muitas pessoas estão tentando entrar ao mesmo tempo. Milhões de perdas de empregos provavelmente ocorrerão nas próximas semanas".
- Com contribuição de Reuters