SÃO PAULO (Reuters) - Economistas consultados pelo Banco Central mantiveram a projeção para a taxa básica de juros no final deste ano e do próximo, depois que a autoridade monetária deixou claro que a política monetária não depende de um único fator.
A pesquisa Focus mostrou que a perspectiva para a Selic, atualmente a 14,25 por cento, permaneceu em 13,75 no fim deste ano e em 11 por cento no final de 2017.
O Top-5, grupo de economistas que mais acerta as previsões, também não fez alterações, e continua projetando a taxa básica de juros respectivamente a 13,75 e a 11,25 por cento no fim de 2016 e 2017.
Ao mesmo tempo, o mercado de juros futuros aponta chances majoritárias de corte da Selic em outubro, quando acontece o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Depois de decidir manter os juros básicos no mesmo patamar em que está há mais de um ano, todos os membros do Copom mostraram na ata da reunião satisfação com o progresso nas perspectivas de desinflação e deixaram claro que a decisão sobre a redução nos juros básicos não levará em conta um único fator, pavimentando o caminho para corte na Selic já no próximo mês.
A inflação oficial do país caiu em agosto a 0,44 por cento diante do alívio nos preços dos alimentos, mas em 12 meses o IPCA acumulou alta de 8,97 por cento, contra 8,74 por cento no período até julho.
No Focus, a projeção de alta do IPCA em 2016 subiu 0,02 ponto percentual e chegou a 7,36 por cento, enquanto que para o ano que vem a estimativa continuou em 5,12 por cento.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas preveem uma contração neste ano de 3,18 por cento, ante recuo de 3,20 por cento na semana anterior. Em 2017 a expansão esperada permanece sendo de 1,30 por cento.
(Por Camila Moreira)