BERLIM (Reuters) - Pesquisas mostram que a confiança dos consumidores e das empresas na França e na Alemanha cresce à medida que os bloqueios por coronavírus são afrouxados, impulsionada por pacotes de estímulos generosos e queda nos números de infecções na Europa.
Um corte temporário no imposto sobre valor agregado (IVA) na Alemanha, que custará ao governo até 20 bilhões de euros, ajudou a elevar a confiança do consumidor no país mais do que o esperado em agosto, mostraram dados desta quinta-feira.
Na França, a confiança das empresas ganhou mais terreno em julho. A agência oficial de estatísticas Insee disse que o índice de clima de negócios subiu para 85, ante 78 em junho.
Isso ainda está longe dos 105 registrados em fevereiro, antes da pandemia, mas muito melhor do que a mínima recorde de 53 alcançada em abril, enquanto medidas para conter a propagação do coronavírus fecharam negócios e mantiveram consumidores em casa.
As notícias chegam no momento em que o Parlamento Europeu realiza uma sessão especial para discutir um acordo com líderes da União Europeia sobre um pacote de estímulos, na esperança de reavivar as economias dos países mais atingidos pela crise de coronavírus.
O ministro das Finanças Bruno Le Maire disse que a economia da França está a caminho de se recuperar em 8% no próximo ano e deve retornar aos níveis pré-crise até 2022.
Mas ele também alertou que, embora os dados econômicos recentes sejam satisfatórios, a situação ainda é "muito frágil" para provocar uma mudança nas previsões de uma contração econômica neste ano de 11%, a pior dos tempos modernos.
Rolf Buerkl, pesquisador do instituto alemão GfK, disse que os dados mostram que os consumidores estão cada vez mais com a impressão de que a economia alemã provavelmente se recuperará em breve e estão aproveitando a oportunidade do corte do IVA para fazer grandes compras.
O índice de sentimento do consumidor, publicado pelo GfK e com base em uma pesquisa com cerca de 2.000 alemães, subiu para -0,3 para agosto, ante -9,4 em dado revisado no mês anterior.
Este foi o terceiro aumento mensal consecutivo e superou a previsão da Reuters de -5,0.
(Reportagem de Michael Nienaber e Leigh Thomas)