Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2022 dos Estados Unidos ficou em -1,4%, bem abaixo da previsão de 1,1% do mercado, segundo dados divulgados hoje, 28. o resultado também é inferior aos 6,9% revisados do trimestre anterior.
Os pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA somaram 180 mil benefícios, em linha com o que era esperado pelo mercado. O número, porém é menor que o resultado prévio de 185 mil.
O número de solicitações contínuas, por outro lado, vieram pouco acima da previsão de 1,403 milhão, com 1,408 milhão de benefícios solicitados. Mas o resultado é menor do que número revisado da semana passada de 1,409 milhão.
Às 09h35, os futuros da Nasdaq 100 subiam 1,81%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones avançavam 1,37% e 0,78%, respectivamente.
Nos Brasil, o Ibovespa Futuros ganhava 0,68% e o dólar subia 0,85%, a R$ 5,0053.
Segundo o economista-chefe da Necton, André Perfeito, o consumo do governo e o setor externo contribuíram para a queda, onde as exportações recuaram 5,9% e as importações subiram 17,7%. "Este é um mal sinal uma vez que o dólar tende a continuar ganhando contra as principais moedas uma vez que os juros continuam subindo por lá e assim as importações tendem a continuar fortes e as exportações mais fracas tudo o mais constante", acredita.
De acordo com o economista, a situação é preocupante. "Muito provavelmente devemos ver a economia dos EUA caindo em alguma recessão ao longo deste ano na tentativa de controlar a inflação e também devido um cenário externo mais desafiador, com economia chinesa sob o peso de um eventual lockdown e da economia europeia fragilizada com o conflito no Leste Europeu", completa.
Will Castro Alves, estrategista chefe da Avenue, afirma que o dado fraco de PIB tem como um dos responsáveis a força do dólar e a desaceleração global, o que deveria gerar questionamentos sobre a elevação de juros pelo FED. "Penso que o FED vai seguir agressivo no tom para conter e ancorar expectativas (questão de moral hazard quase), mas que a curva já precificou boa parte disso. Olhando a frente grande parte do mercado estima arrefecimento de inflação e atividade, será que a curva de juros seguirá tão “hawkish” se esse cenário se materializar?", pondera.