(Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta quinta-feira que o crescimento econômico do terceiro trimestre dos EUA de quase 5% é "um número bom e forte" que aponta para um pouso suave da economia norte-americana, mas que pode ajudar a manter elevados os rendimentos dos títulos de prazos mais longos.
"É um número bom e forte e mostra que a economia está indo bem", afirmou Yellen em uma entrevista televisionada à Bloomberg. "O que temos parece ser um pouso suave."
O Departamento de Comércio dos EUA informou que o PIB do país apresentou o maior crescimento em quase dois anos no terceiro trimestre, desafiando os alertas de uma recessão, conforme salários mais altos em um mercado de trabalho apertado alimentaram os gastos dos consumidores e a reposição dos estoques das empresas.
Yellen disse que a recente alta acentuada dos rendimentos dos títulos de longo prazo reflete a confiança na economia dos EUA e as expectativas de que, como resultado, os juros ficarão mais altos por mais tempo.
A secretária afirmou que também é possível que os rendimentos dos títulos de prazos mais longos caiam nos próximos anos, já que ainda há condições estruturais para um declínio de longo prazo nos juros reais relacionadas à demografia dos EUA.
"É perfeitamente possível que os rendimentos de prazo mais longo caiam, mas ninguém sabe ao certo", disse Yellen. "Considero que os rendimentos mais altos são certamente um reflexo importante da economia mais forte."
Ela descartou indicações de que os rendimentos mais altos dos títulos podem ser resultado de preocupações com o aumento dos déficits dos EUA ou temores sobre uma recessão.
Na sexta-feira, o Tesouro informou um déficit orçamentário federal de 1,7 trilhão de dólares para o ano fiscal de 2023, o maior fora dos anos de pandemia da Covid-19, em meio a uma queda das receitas e um aumento acentuado dos gastos com previdência social e saúde e também dos custos de juros.
Yellen disse que o ônus do serviço da dívida dos EUA seria um "desafio maior se a trajetória da taxa de juros permanecer mais alta".
"Quanto maior a trajetória da taxa de juros, mais precisamos fazer" pela redução do déficit, disse ela.
(Por David Lawder)