Rio de Janeiro, 19 jun (EFE).- Os Governos devem investir em políticas para uma gestão responsável de água, recurso que pode ficar escasso nas próximas décadas e comprometer o futuro do planeta, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela ONU no marco da conferência Rio+20.
"A gestão sustentável de água produz benefícios econômicos, sociais e ambientais", destaca o estudo da ONU, elaborado com informação de 134 países da América, Europa, Ásia e Oceania.
Segundo as Nações Unidas, mais de 80% dos países questionados reformaram suas legislações sobre o uso de água nos últimos 20 anos, diante de uma demanda crescente motivada pelo aumento da população, urbanização e mudanças climáticas.
Além disso, o estudo aponta que, em muitos dos casos, essas reformas tiveram impactos positivos no desenvolvimento, além de melhorias no acesso à água potável, saúde humana e rendimento dos recursos hídricos na agricultura.
Outro ponto de destaque do relatório da ONU foi o papel de uma gestão de água na transição rumo a uma economia verde de baixa emissão de carbono e o uso eficiente dos recursos, um dos eixos centrais da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que começa nesta quarta e termina na sexta-feira.
"Nesta conferência deverá ser traçado o caminho para um desenvolvimento sustentável de forma a garantir o atendimento equitativo das necessidades de água da população mundial, que será de 9 bilhões de pessoas em 2050", disse o diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner.
O estudo ainda citou alguns exemplos de políticas que contribuíram para melhorar a gestão de água. As medidas aplicadas na Costa Rica e Guatemal ficaram em destaque.
Na Costa Rica, o relatório diz que a gestão dos recursos hídricos melhorou depois da decisão de investir 50% da arrecadação municipal por conceito de água.
Enquanto isso, a forte aposta da Guatemala na geração de energia por meio de fontes hidroelétricas foi outro ponto de atenção. A capacidade duplicou entre 1982 e 2011.
A ONU avaliou também as políticas da Estônia, onde a introdução de impostos sobre a água e a poluição contribuiu para um melhor rendimento dos recursos hídricos e reduziu os níveis de poluição no Mar Báltico. EFE