LISBOA (Reuters) - A União Europeia precisa de instrumentos comuns para financiar gastos com defesa em meio a uma guerra prolongada na Ucrânia e cobranças de Washington para que os membros da Otan aumentem esses gastos, disse o ministro das Finanças de Portugal nesta segunda-feira.
"Todos juntos devemos encontrar soluções, assim como fizemos na crise financeira, na crise da dívida soberana, durante a pandemia, com a inflação", disse Joaquim Miranda Sarmento a repórteres.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, desafiou os membros da Otan a aumentar os gastos com defesa para 3% do PIB, em comparação com a meta atual de 2%, que ainda não foi atingida por alguns membros da aliança, incluindo Portugal.
A aliança estima que apenas 23 de seus 32 membros atingirão a meta de 2% neste ano.
Portugal, que gastou 1,5% em defesa no ano passado, espera atingir essa marca apenas em 2029.
Miranda Sarmento alertou que "a situação no próximo ano, especialmente com a guerra na Ucrânia, poderia forçar os Estados-membros (da UE) a fazer um esforço maior".
"Infelizmente, a guerra está prestes a completar três anos e as soluções devem ser encontradas principalmente em nível europeu, com instrumentos europeus", acrescentou.
Trump cortou o financiamento de defesa para a Otan durante a última parte de seu primeiro mandato e frequentemente acusa os membros europeus de gastarem muito pouco em defesa.
Durante sua campanha eleitoral, ele disse várias vezes que os EUA ajudariam a proteger os membros da Otan de um possível ataque da Rússia somente se os membros europeus gastassem mais.
(Reportagem de Sergio Gonçalves)