WASHINGTON (Reuters) - O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, prometendo "encontrar o equilíbrio" entre o risco de uma economia superaquecida e a necessidade de manter o crescimento, disse aos membros do Congresso norte-americano que o banco central manterá aumentos graduais na taxa de juros, apesar do estímulo adicional com o corte de impostos e gastos governamentais.
Os membros do Fed prevêem três aumentos da taxa de juros este ano, e Powell não deu nenhuma indicação de que o ritmo precisa ser acelerado nas declarações ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados.
"O (Comitê Federal de Mercado Aberto) continuará a buscar um equilíbrio entre evitar uma economia superaquecida e levar... a inflação para 2 por cento de forma sustentável", disse Powell em seu primeiro depoimento ao Congresso como comandante do Fed.
"Algumas das adversidades que a economia dos EUA enfrentou em anos anteriores se transformaram em impulso", disse Powell, destacando mudanças recentes na política fiscal e a recuperação econômica global. Ainda assim, "a inflação permanece abaixo da nossa meta de longo prazo de 2 por cento. Na visão (do Comitê), mais aumentos graduais dos juros promoverão melhor o cumprimento de ambos os objetivos".
O depoimento enviou o primeiro sinal de Powell como chair de do Fed que a enorme reforma tributária e o plano de gastos do governo lançado pela administração do Trump não irão induzir qualquer mudança imediata para um aumento mais rápido dos juros. "Gradual" tem sido a palavra usada desde que o Fed começou a aumentar a taxa de juros sob o comando anterior de Janet Yellen no final de 2015.
A expectativa é de que o Fed aprove o primeiro aumento dos juros de 2018 em sua próxima reunião em março, que também incluirá novas projeções econômicas e a primeira coletiva de imprensa de Powell.
A ida de Powell à Câmara dos Deputados nesta terça-feira é a primeira aparição pública dele como chair do Fed, e ele usou suas declarações preparadas para sinalizar observações que provavelmente serão bem recebidas pela maioria republicana --incluindo promessas de "transparência" e acenando para as regras de política monetária que alguns deles defendem.
(Por Howard Schneider e Jason Lange)