RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados em 20 cidades teve alta de 0,45 por cento em outubro em relação a setembro, de acordo com o índice FipeZap Ampliado divulgado nesta quarta-feira.
A variação é menor que o avanço de 0,5 por cento esperado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, indicando, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), uma queda do preço dos imóveis em termos reais.
São Paulo, onde o preço médio subiu 0,3 por cento sobre setembro, e Rio de Janeiro, com alta de 0,35 por cento, registraram a menor variação mensal desde o início da série histórica em 2008.
"São Paulo e Rio subiram muito, principalmente o Rio (...)Houve perda de fôlego da demanda, o que está muito ligado ao mercado de trabalho, que este ano claramente perdeu dinamismo que vinha sendo observado", disse à Reuters o coordenador do índice, Eduardo Zylberstajn.
Em outras cinco cidades - Brasília, Salvador, Fortaleza, Florianópolis e São Caetano do Sul -, a variação do preço médio do metro quadrado foi menor que a esperada para a inflação.
Além da desaceleração da demanda, Zylberstajn lembra que a oferta também se retraiu, com o recuo de lançamentos por parte das incorporadoras, o que acaba tendo impacto sobre o mercado secundário.
A cidade com o metro quadrado médio mais caro em outubro continuou sendo o Rio de Janeiro (10.830 reais), seguida por São Paulo (8.301 reais). Os dois municípios que apresentaram os menores preços foram Contagem (3.340 reais) e Goiânia (4.003 reais). A média das 20 cidades pesquisadas ficou em 7.482 reais.
No acumulado do ano, o preço médio do metro quadrado nessas cidades mostra avanço de 5,88 por cento, 0,75 ponto percentual superior à estimativa do Focus para o IPCA do período.
"Não acredito (que o fechado do ano) deve fugir muito disso. Talvez encerraremos o ano um pouco acima da inflação, é pouca coisa. Menos de um ponto percentual acima da inflação", disse Zylberstajn.
"2014 foi o ano em que o mercado perdeu fôlego, depois de muitos anos de aceleração", acrescentou ele. Em 2013, o índice FipeZap teve alta de 13,7 por cento, ante uma inflação oficial de 5,91 por cento.
Em 2015, Zylberstajn não acredita em mudança significativa do cenário para o setor. "Dificilmente vai ter uma retomada deste mercado", afirmou.
(Por Juliana Schincariol; Edição de Luciana Bruno e Marcela Ayres)