Por Liangping Gao e Ryan Woo
PEQUIM (Reuters) - Os preços ao consumidor da China caíram em outubro, no momento em que indicadores da demanda doméstica apontam para uma fraqueza não vista desde a pandemia, enquanto a deflação nas fábricas se aprofundou, lançando dúvidas sobre as chances de uma recuperação econômica ampla.
O índice de preços ao consumidor caiu 0,2% em outubro em relação ao ano anterior e 0,1% na comparação com setembro, segundo dados da Agência Nacional de Estatísticas divulgados nesta quinta-feira.
Pesquisa da Reuters apontava expectativas de recuos de 0,1% na base anual e estabilidade sobre o mês anterior. Ambos os indicadores apontaram deflação pela última vez ao mesmo tempo em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19.
O número foi pressionado por uma nova queda nos preços da carne suína, que caíram 30,1% depois de deflação de 22% em setembro, em meio a um excesso de oferta de suínos e demanda fraca.
Entretanto, até mesmo o núcleo da inflação, que exclui os preços dos alimentos e dos combustíveis, desacelerou para 0,6% em outubro, em comparação com 0,8% em setembro, indicando a contínua batalha da China contra as forças desinflacionárias e o risco de novamente não atingir a meta de inflação geral do governo para o ano inteiro, fixada em cerca de 3%.
Os preços ao consumidor entraram em deflação em julho e voltaram a subir em agosto, mas ficaram estáveis em setembro. A deflação nos portões das fábricas persistiu pelo 13º mês consecutivo em outubro.
Combinados com outros indicadores econômicos, os dados do quarto trimestre até o momento sugerem que uma recuperação significativa na segunda maior economia do mundo continua difícil de ser alcançada.
"Uma combinação apropriada de políticas e mais medidas de apoio são necessárias para evitar que a economia sofra um desvio para baixo nas expectativas de inflação, o que poderia ameaçar a confiança das empresas e os gastos das famílias", disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang Lasalle
O índice de preços ao produtor caiu 2,6% em relação ao ano anterior, contra uma queda de 2,5% em setembro. Economistas haviam previsto um recuo de 2,7% em outubro.