Por Leika Kihara
TÓQUIO (Reuters) - O núcleo do índice de preços ao consumidor do Japão caiu em março pelo oitavo mês seguido e analistas esperam mais quedas à frente devido ao impacto dos cortes das tarifas de telefonia celular, deixando o banco central sob pressão para manter seu forte estímulo buscando estimular a inflação.
O salto nas novas infecções por Covid-19 e o plano do governo de declarar um terceiro estado de emergência a partir de domingo também podem pesar sobre a inflação ao afetar o já fraco consumo no país.
O núcleo do índice de preços ao consumidor, que inclui produtos de petróleo mas exclui os voláteis preços de alimentos frescos, recuou 0,1% em março sobre o ano anterior, mostraram dados do governo nesta sexta-feira, em linha com a expectativa do mercado.
O ritmo de queda desacelerou ante o recuo de 0,4% em fevereiro devido principalmente a uma recuperação nos custos da gasolina, já que as esperanças de uma forte recuperação econômica global elevaram os preços do petróleo nos últimos meses.
Embora o efeito base da queda do ano passado nos custos de energia possa sustentar o índice, isso pode ser mais do que compensado pelos cortes nas taxas de telefonia celular pelas principais operadoras e que serão incorporados nos dados a partir de abril, disseram analistas.
Ainda que o governo não divulgue quanto os cortes podem afetar o índice, analistas esperam que eles o reduzam em 0,6 ponto percentual.