Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - Os preços ao consumidor dos Estados Unidos permaneceram inalterados em junho e as vendas no varejo caíram pelo segundo mês consecutivo, apontando para uma inflação moderada que pode diminuir as expectativas de um terceiro aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, neste ano.
A fraca demanda interna também pode provocar expectativas de forte aceleração no crescimento econômico no segundo trimestre.
O Departamento do Trabalho informou nesta sexta-feira que a leitura inalterada de seu Índice de Preços ao Consumidor deveu-se ao fato de o custo da gasolina e dos serviços de telefonia móvel terem recuado ainda mais.
A queda de 0,1 por cento do índice em maio e a falta de recuperação em junho podem causar problemas para os integrantes do Fed, que consideraram a moderação recente nas pressões inflacionárias como transitórias.
Os integrantes de política monetária do Fed são confrontados por uma inflação benigna e um mercado de trabalho apertado no momento em que avaliam um terceiro aumento da taxa de juros e anunciam planos para começar a reduzir a carteira de 4,2 trilhões de dólares do banco central norte-americano em títulos do Tesouro e títulos lastreados por hipotecas.
Nos 12 meses até junho, o índice de preços aumentou 1,6 por cento - o menor ganho desde outubro de 2016 - após subir 1,9 por cento em maio. Na comparação anual, a alta do índice diminuiu de forma constante desde fevereiro, quando atingiu 2,7 por cento.
Em um relatório separado, o Departamento de Comércio disse que as vendas no varejo caíram 0,2 por cento no mês passado, influenciadas por declínios nas receitas de postos de gasolina, lojas de roupas e supermercados. Os norte-americanos também reduziram os gastos em restaurantes e bares, bem como em lazer.
As vendas no varejo de maio foram revisadas para mostrar uma queda de 0,1 por cento em vez da queda de 0,3 por cento relatada anteriormente. As vendas no varejo aumentaram 2,8 por cento na comparação anual em junho.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo recuaram 0,1 por cento no mês passado, depois de terem permanecidas inalteradas em maio. Esse núcleo de vendas de varejo corresponde mais de perto ao componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB).