PEQUIM (Reuters) - Os preços nos portões das fábricas da China recuaram a um ritmo mais lento em novembro, ampliando os sinais de que a segunda maior economia do mundo está se recuperando da pandemia de Covid-19, mas os preços ao consumidor caíram inesperadamente pela primeira vez em mais de uma década.
O índice de preços ao produtor caiu 1,5% em novembro na comparação com o ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas. A queda foi menor do que a deflação de 1,8% esperada em pesquisa da Reuters e do que o recuo de 2,1% em outubro.
Os preços ao consumidor caíram na base anual pela primeira vez desde outubro de 2009, mas isso se deveu a uma queda nos preços da carne suína já que a oferta se recuperou da febre suína africana nos últimos anos.
O índice de preços ao consumidor recuou 0,5% em novembro na comparação com o mesmo período do ano anterior, depois de subir 0,5% em outubro. O resultado fucou abaixo até mesmo da projeção mais fraca em pesquisa da Reuters, cujas estimativas variaram de queda de 0,3% a alta de 0,5%.
"Isso foi causado quase que inteiramente por melhoras na oferta de carne suína e não é evidência de fraqueza da demanda", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior de China na Capital Economics.
A China tem apresentado uma recuperação constante da crise do coronavírus, com as exportações e atividade industrial aumentando rapidamente em novembro. Mas existem algumas preocupações sobre uma recuperação irregular já que certos setores enfrentam o aumento do iuan e a demanda global ainda fraca.
A recente série de divulgações positivas, entretanto, provocou alguma especulação de que o banco central pode apertar a política monetária, embora autoridades digam que não têm pressa dadas as incertezas em torno da pandemia.
(Reportagem de Stella Qiu e Kevin Yao)