Por Stella Qiu e Ryan Woo
PEQUIM (Reuters) - Os preços nos portões das fábricas da China caíram pelo quinto mês consecutivo em junho, com a pandemia de coronavírus pesando bastante sobre a demanda industrial, embora sinais de recuperação em algumas partes do setor sugiram que uma lenta retomada econômica permanece intacta.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de junho caiu 3,0% em relação a um ano antes, informou o escritório nacional de estatísticas nesta quinta-feira. Analistas consultados pela Reuters esperavam recuo de 3,2%. Em maio, o PPI cedeu 3,7%.
No entanto, em um sinal de potencial melhora no setor manufatureiro, o PPI aumentou 0,4% em junho em relação ao mês anterior, uma virada ante queda de 0,4% em maio.
"A mudança foi impulsionada por um aumento generalizado de matérias-primas, bens manufaturados e inflação de preços de bens de consumo", disse Martin Rasmussen, economista para a China na Capital Economics.
"Com o estímulo fiscal e os gastos com infraestrutura ainda acelerando, acreditamos que a atividade econômica e os preços ao produtor devam se recuperar mais nos próximos meses."
O ANZ espera que o PPI da China permaneça em deflação neste ano, com declínios médios de cerca de 2,0% devido à prolongada pandemia.
Dados também mostraram que os preços ao consumidor subiram 2,5% em relação ao mesmo intervalo no ano anterior, em linha com as previsões e a uma taxa um pouco mais acelerada que a de 2,4% vista em maio.
O núcleo da inflação --que exclui os custos de alimentos e energia-- permaneceu em patamar benigno no mês passado, com alta de 0,9%, desacelerando ante aumento de 1,1% em maio.
A economia da China deve voltar a crescer no segundo trimestre, à medida que se recupera da forte contração no trimestre de janeiro a março, quando o surto de coronavírus no país atingiu seu pico.