Por Jessica Resnick-Ault
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram cerca de 2% nesta quarta-feira, apesar do primeiro declínio desde janeiro nos estoques dos Estados Unidos, depois de o chairman do Federal Reserve gerar temores de demanda ao alertar que a recuperação econômica da pandemia de coronavírus levará muitos meses.
Os mercados tiveram rali nos últimos dias, diante do otimismo de que a destruição de demanda por combustíveis teria atingido o fundo do poço e dos cortes agressivos de produção em face do excesso de oferta.
No entanto, com governos sinalizando que haverá um longo período antes da recuperação das atividades, ativos de risco --como ações e petróleo-- recuaram nesta quarta-feira.
O petróleo Brent fechou em queda de 0,79 dólar, ou 2,6%, a 29,19 dólares por barril. Já os contratos futuros do petróleo dos EUA (WTI) recuaram 0,49 dólar, ou 1,9%, para 25,29 dólares o barril.
O chairman do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, fez uma análise sóbria da economia norte-americana e renovou seu ceticismo em relação a taxas negativas de juros.
"Há uma nuvem negra (sobre o mercado) por causa disso", disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho em Nova York. "Foi um discurso tão negativo que eliminou até mesmo o que foi, facilmente, o relatório mais altista (de estoques dos EUA) desde janeiro."
Os estoques norte-americanos de petróleo tiveram queda de 745 mil barris na semana passada, segundo a Administração de Informação sobre Energia, enquanto analistas consultados pela Reuters em pesquisa esperavam um aumento de 4,1 milhões de barris.
(Reportagem adicional de Ahmad Gaddar, em Londres, e Aaron Sheldrick, em Tóquio)