Por Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, estabelecerá um plano para combater as desigualdades do Reino Unido nesta quarta-feira, enquanto tenta superar o escândalo dos festas durante o lockdown para conter a Covid-19 em sua residência oficial de Downing Street, voltando-se para uma das grandes promessas políticas que o tornou primeiro-ministro em 2019.
Seu governo afirmou ter identificado 12 missões para mudar o foco e os recursos para as comunidades "esquecidas" do Reino Unido até 2030, incluindo o que disse ser a maior mudança de poder de Londres para líderes locais nos tempos modernos.
Outras metas incluem aproximar o transporte público local do padrão londrino, estender 5G e banda larga com fibra ótica em todo o país e trabalhar para eliminar o analfabetismo e a falta de números entre os que abandonaram a escola primária, disse.
"Desde o primeiro dia, a missão definidora deste governo foi nivelar este país, quebrar o vínculo entre geografia e destino para que assim, não importando onde você viva, você tenha acesso às mesmas oportunidades", disse Johnson.
Ele está delineando a política enquanto luta para fortalecer seu cargo de primeiro-ministro após revelações de festas em Downing Street e outros prédios do governo durante o lockdown da Covid-19 que pegaram mal com os eleitores e afastaram alguns parlamentares em seu próprio Partido Conservador.
Um relatório sobre as reuniões na segunda-feira apontou "sérios fracassos de liderança" no coração do governo britânico.
COMBATER DESIGUALDADES
Johnson adotou seu slogan "leveling up" (nivelando por cima) nas eleições de 2019 como síntese para combater as desigualdades regionais, particularmente entre antigas áreas industriais e Londres e o sudeste.
Juntamente com a promessa de "concluir o Brexit", a promessa de Johnson de investir dinheiro em cidades da Inglaterra ajudou seu governo a conquistar assentos parlamentares em 2019 em áreas que nunca haviam votado nos conservadores antes.
Opositores políticos dizem que a iniciativa é populista e carece de substância ou dinheiro novo, e os líderes locais analisarão atentamente se há novos gastos no plano.
Lisa Nandy, porta-voz do oposicionista Partido Trabalhista, descreveu a nova política como "potes de dinheiro reciclados".
Ela disse que muitas áreas ainda estão sendo prejudicadas por cortes no financiamento local impostos pelos conservadores na última década.
Afirmou também que as cidades só prosperarão quando as pessoas tiverem dinheiro suficiente para gastar, algo que se tornará mais difícil quando os impostos, as contas de energia e os preços dos alimentos aumentarem este ano.