Por Leika Kihara
NAGOIA, Japão (Reuters) - O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, descartou a possibilidade de uma elevação da taxa de juros, argumentando que isso só aumentaria as dificuldades das instituições financeiras ao ameaçar a recuperação econômica do país.
Embora Kuroda tenha dito que o Banco do Japão estava mais atento ao crescente custo do estímulo prolongado, ele disse que não vê "nenhuma razão" agora para seguir os passos do banco central norte-americano em normalizar a política com a inflação ainda distante de sua meta de 2 por cento.
Kuroda admitiu que os bancos regionais do Japão poderiam ver seu ambiente de negócios piorar ainda mais daqui cinco a 10 anos, uma vez que ficariam sem ativos para vender para compensar os lucros reduzidos das principais operações de empréstimos.
Mas sua situação teve menos a ver com a política do Banco do Japão do que com problemas estruturais, como uma população cada vez menor e uma falta de demanda por financiamento, disse Kuroda.
"Esses problemas de longo prazo merecem atenção. Mas, por enquanto, elevar os juros e aumentar a curva pode piorar a economia e ter um efeito indesejável nas instituições financeiras", disse Kuroda após reunião com líderes empresariais em Nagoya nesta segunda-feira.
"Os problemas que os bancos regionais enfrentam são estruturais, então as medidas que eles tomam também devem ser estruturais", com fusões e integração entre as medidas que poderiam adotar, disse ele.
As observações sugerem que o banco central vai adiar a elevação da taxa de juros por enquanto, e fará apenas pequenos ajustes em seu programa quando necessário para enfrentar os custos crescentes de flexibilização.
O aumento do custo da flexibilização prolongada foi o foco do debate na revisão de juros do Banco do Japão em setembro, com a autoridade monetária advertindo que havia um limite para quanto tempo o estímulo poderia ser sustentado, mostrou a ata divulgada na segunda-feira.