ATLANTA (Reuters) - Com a desaceleração da economia dos Estados Unidos e a queda da inflação, não há urgência para que o Federal Reserve aumente novamente a sua taxa básica de juros, mas provavelmente levará "muito tempo" até que os cortes nos custos de empréstimos sejam apropriados, disse o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, nesta terça-feira.
"Não estou com pressa para aumentar, nem para reduzir", disse Bostic em um evento da Câmara Metropolitana de Atlanta, em que tentou combinar a cautela em relação a novos aumentos dos juros com o compromisso com a estratégia "mais alta por mais tempo" adotada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto como um todo para essa fase de seu combate à inflação.
"Não acho que haja urgência para fazermos algo mais... Quero que mantenhamos a posição. Acho que essa é a atitude adequada a ser tomada por um longo período", afirmou Bostic.
As autoridades de política monetária do Fed pensam de forma quase unânime que será necessário, no máximo, mais um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros antes que o banco central norte-americano conclua o ciclo de aumento das taxas iniciado em março de 2022 para combater um surto de inflação no qual os preços ao consumidor subiram a uma taxa anual de até 9%.
A atual taxa de política monetária "está começando a desacelerar a economia. Com que rapidez ela vai desacelerar?", perguntou Bostic, ao pedir uma abordagem "paciente" para quaisquer outras mudanças na política monetária, permitindo que a economia norte-americana tenha mais tempo para se adaptar ao que o Fed já fez.
"A desaceleração está acontecendo. Vamos deixar isso acontecer. Vamos deixar o mundo se mover e vamos ser pacientes. (A inflação) não precisa ser de 2% amanhã", disse Bostic.
(Por Howard Schneider)