Por Davide Barbuscia e Tom Sims
NOVA YORK (Reuters) - O presidente-executivo da BlackRock (NYSE:BLK), Laurence Fink, disse nesta quarta-feira que a inflação continua persistente e que o Federal Reserve poderá precisar aumentar ainda mais as taxas de juros para conter as pressões sobre os preços.
Fink, que dirige a maior gestora de ativos do mundo, disse em uma conferência de serviços financeiros do Deutsche Bank que espera pelo menos mais dois aumentos de juros pelo Fed, mas minimizou o risco de recessão nos Estados Unidos, dizendo que, se ocorrer, provavelmente será modesta.
"O Fed terá que ser mais vigilante. A economia é mais resiliente do que o mercado percebe", disse ele. Mesmo assim, Fink disse que há áreas problemáticas na economia, como o setor imobiliário comercial.
"Simplesmente não vejo evidências de redução da inflação, ou não vejo evidências de que teremos um pouso forçado", disse ele, referindo-se a um cenário em que a campanha de aumento dos juros do Fed leva a economia a uma contração.
Fink disse esperar uma resolução para a crise do teto da dívida dos EUA, mas que o "drama" em torno do aumento do limite de endividamento do governo tem corroído a confiança no dólar.
A expectativa é que o projeto de lei para aumentar o limite de endividamento do governo obtenha aprovação do Congresso nos próximos dias, pouco antes do prazo de 5 de junho, indicado pelo Tesouro como o momento em que o governo pode ficar sem dinheiro para pagar todas as suas obrigações.
"Acredito que teremos uma resolução,... mas sejamos claros, os Estados Unidos estão colocando em risco seu status de moeda de reserva", disse.