A decisão do Banco Central de aumentar a taxa Selic em um ponto porcentual, para 12,25% ao ano, foi alvo de uma moção crítica aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), órgão recriado em 2023 pelo governo Lula e que é presidido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin.
O posicionamento do conselho foi aprovado em reunião extraordinária, concluída na noite desta quarta-feira, 11, e chancelado por unanimidade por representantes de 20 ministérios e de 21 entidades da sociedade civil que integram o CNDI. Na moção, eles afirmam que a decisão da autoridade monetária vai prejudicar a continuidade do crescimento econômico, o investimento produtivo e a geração de emprego e renda no País.
O CNDI é responsável por avaliar as metas da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial do governo Lula 3. Entre as instituições privadas que integram o órgão estão várias associações do setor produtivo - como de montadoras, farmacêuticas, construtoras, siderúrgicas, entre outras -, além de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Vinte ministérios da Esplanada, como a Fazenda e o Planejamento, contam com representação no conselho.
O rumo da Selic definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já é criticado também individualmente por várias entidades do setor produtivo. A CNI, por exemplo, considerou a decisão como "incompreensível e totalmente injustificada". Para a entidade, intensificar o ritmo de aperto monetário "não faz sentido no atual contexto econômico, marcado pela desaceleração da inflação em novembro e pelo pacote efetivo de corte de gastos apresentado pelo governo federal".