Produção da indústria do Brasil cresce mais que o esperado em agosto após período de fraqueza

Publicado 03.10.2025, 09:02
Atualizado 03.10.2025, 10:00
© Reuters.

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção industrial brasileira cresceu mais do que o esperado em agosto depois de quatro meses de fraqueza, mesmo com a entrada em vigor das tarifas dos Estados Unidos e em meio a um cenário de juros elevados no país.

Em agosto, a indústria nacional registrou avanço de 0,8% em relação ao mês anterior, resultado que ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,3%.

Esse foi o maior avanço mensal desde março, quando a produção das fábricas cresceu 1,7%. Nos quatro meses seguintes o setor apresentou queda da produção em três deles, sendo que em junho expandiu apenas 0,1%, e acumulou nesse período perda de 1,2%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A pesquisa mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção teve recuo de 0,7%, contra expectativa de queda de 0,8%.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a base de comparação depreciada é um fator importante para entender o resultado positivo na comparação com julho, bem como o perfil disseminado de taxas positivas.

Macedo destacou ainda que houve menções nos questionários da pesquisa a impactos sobre a produção de alguns setores das tarifas norte-americanas sobre os produtos brasileiros que entraram em vigor no início de agosto.

"Isso a gente vê em madeira, estética, móveis e outros", disse ele, afirmando no entanto que não é possível quantificar isso no resultado final. "Como o setor industrial vai se comportar até o fim do ano temos que ver", completou.

Analistas consideram que os impactos do tarifaço sobre a atividade econômica brasileira como um todo devem ser moderados.

Mas o setor industrial brasileiro, segundo economistas, tende a seguir mostrando falta de tração este ano diante dos efeitos da política monetária restritiva, com a taxa básica de juros Selic em 15%, que dificulta o crédito e afeta decisões de investimentos.

O levantamento do IBGE mostrou que 16 das 25 atividades industriais pesquisadas tiveram aumento de produção em agosto, maior espalhamento também desde março deste ano.

As influências positivas de maior destaque foram exercidas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (13,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,8%) e produtos alimentícios (1,3%).

Entre as nove atividades que apontaram queda na produção, produtos químicos exerceram o principal impacto, com queda de 1,6%, interrompendo três meses consecutivos de crescimento.

Entre as categorias econômicas, três das quatro apresentaram expansão em agosto -- bens intermediários (1,0%), bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) e bens de consumo duráveis (0,6%). Bens de capital registraram recuo de 1,4%.

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