SÃO PAULO (Reuters) - A projeção para a taxa básica de juros no final deste ano voltou a cair diante do tom mais brando que o Banco Central adotou em relação à condução da política monetária, mesmo com as expectativas para a inflação em contínua piora e sem alívio no cenário de recessão.
A estimativa para a Selic ao final deste ano caiu a 14,25 por cento na pesquisa Focus do BC desta segunda-feira, contra 14,64 por cento na mediana das projeções da semana anterior.
Depois de decidir manter a Selic em 14,25 por cento, o BC sugeriu na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) maior tolerância com a inflação neste ano em meio à elevação das incertezas no cenário externo, com destaque para desaceleração na China e evolução dos preços do petróleo.
Para o fim de 2017, os economistas consultados mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros em 12,75 por cento.
Entretanto, as contas para a inflação continuam em deterioração. A pesquisa com um centena de economistas mostra estimativa de alta do IPCA de 7,26 por cento em 2016, contra 7,23 por cento antes, acima do teto da meta --de 4,5 por cento com tolerância de 2 pontos percentuais.
Já para 2017 a expectativa de alta do IPCA continua se aproximando do teto da meta de 4,5 por cento --que terá no próximo ano tolerância de 1,5 ponto--, tendo chegando a 5,80 por cento contra 5,65 por cento na pesquisa anterior.
O cenário de alta dos preços se dá mesmo com a economia em recessão. Na mediana das projeções no Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deve contrair 3,01 por cento, ante queda de 3,00 por cento antes. Para 2017 é esperado crescimento, porém cada vez menor, sendo estimado agora em 0,70 por cento ante 0,80 por cento no levantamento anterior.
(Por Camila Moreira)