BAGDÁ (Reuters) - Homens armados não identificados mataram dois manifestantes na cidade de Nassiriya, no sul do Iraque, depois que as forças de segurança começaram uma repressão às manifestações contra a elite dominante apoiada pelo Irã.
Pelo menos 75 manifestantes ficaram feridos, principalmente por disparos de armas de fogo, em confrontos em Nassiriya ocorridos durante a noite, após as forças de segurança tentarem afastá-los das pontes da cidade, disseram fontes policiais e de saúde.
Na manhã desta segunda-feira, os confrontos foram retomados no centro de Bagdá, quando a polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes, disseram repórteres da Reuters.
Autoridades de segurança disseram que dois manifestantes em Nassiriya foram mortos no domingo por atiradores não identificados que atacaram o principal campo de protestos em quatro caminhonetes e atearam fogo às tendas dos manifestantes.
Protestos contra o governo começaram em Bagdá em 1º de outubro e rapidamente se tornaram violentos. As forças de segurança e atiradores não identificados mataram os manifestantes. Quase 500 pessoas foram mortas nos distúrbios.
Os protestos são um desafio sem precedentes à elite liderada por muçulmanos xiitas do Iraque, que surgiu após uma invasão liderada pelos Estados Unidos derrubar o ditador sunita Saddam Hussein, em 2003.
Os manifestantes estão exigindo que todos os partidos e políticos sejam removidos, que eleições livres e justas sejam realizadas e o fim da corrupção. O governo respondeu com violência e com pequenas reformas. A comunidade internacional condenou a violência, mas não interveio para detê-la.
No domingo, cinco foguetes atingiram a Zona Verde de Bagdá, que abriga prédios do governo e embaixadas estrangeiras, sem deixar vítimas, informou um comunicado militar.
Fontes de segurança disseram à Reuters que pelo menos um foguete caiu dentro do complexo da embaixada dos EUA e feriu três pessoas.
(Reportagem de Aziz El Yaakoubi, Nadine Awadalla e Redação Bagdá)